quarta-feira, 14 de agosto de 2013



Apae faz protesto contra mudança na educação especial em Bauru

Medida visa universalizar a educação às pessoas com deficiência.Dessa forma não haveria necessidade das escolas especiais. 


Funcionários, pais e alunos participaram do protesto em Bauru (Foto: reprodução/TV Tem)


Funcionários pais  e alunos das  Apaes em todo o país realizaram nesta quarta-feira (14) um protesto para que o governo mude a proposta do plano nacional de educação que pretende universalizar o ensino dos alunos portadores de deficiência. Em Bauru (SP), os manifestantes percorreram as principais ruas do centro
O apelo é para que a população apoie a mudança no texto da meta 4 do Plano Nacional de Educação, que pretende universalizar o atendimento para estudantes de 4 a 17 anos com deficiência, transtornos e superdotação na rede regular de ensino. Ou seja, o movimento é para que seja mantida a opção dessas pessoas serem matriculadas em escolas de educação especial.
“A meta do jeito que ela está redigida não prevê o financiamento das escolas de educação especial e sem esse financiamento, as Apaes e outras escolas não tem como continuar a oferecer a educação especializada para todas essas pessoas com deficiência que nós atendemos atualmente”, explica a psicóloga Juliana Rodrigues
Diretora da Apae teme pela falta de estrutura na rede pública  (Foto: reprodução/TV Tem)Diretora da Apae teme pela falta de estrutura na
rede pública (Foto: reprodução/TV Tem)
O assunto é polêmico e ainda tramita no congresso, mas, o maior medo dos manifestantes é com o possível fechamento da Apae. “Eles vão sofrer com isso, eles não têm condições de se defenderam sozinho e na Apae é tratado o coletivo ao mesmo tempo em que é explorado o potencial individual de cada um”, afirma a dona de casa Richarla Cruz
Pedro Schiavetto tem paralisia cerebral. E a maior preocupação dele é com o bullying que ele e todos os colegas estão sujeitos indo para a escola regular. “As pessoas da escola regular vão começar a xingar a gente, falar que temos problema na cabeça e não é todo mundo que aceita isso na brincadeira”, conta.
Para a diretora da Apae Bauru, a inclusão radical não é o caminho. Para Olga Bicudo não se pensou em capacitação dos profissionais para atender esse público especifico. “O governo em poucos anos quer resolver um problema sem estrutura física e nem de recursos humanos. Então a gente se pergunta qual será o atendimento desses usuários do Brasil inteiro? Onde e como?”, completa.
Já para a psicóloga Eliane Gabas, que fez mestrado em educação e é professora universitária de educação inclusiva, esse é o caminho de integração para esses alunos. “Eu entendo que é direito de todos a educação pública com qualidade e não nos compete dizer que características de um e do outro e sim dizer que a escola tem que estar preparada para receber todos. Isso passa por investimento em formação, em equipe multidisciplinar. Nós temos que ter a melhor escola possível para atender todos, todos mesmo”, destaca.
Manifestantes percorreram as ruas do centro de Bauru  (Foto: reprodução/TV Tem)Manifestantes percorreram as ruas do centro de Bauru.

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário